Neste dia 16 de maio de 2011 me dirigi à agência da Caixa Econômica de Tambaú e ao tentar estacionar meu carro tive uma surpresa, já que à vaga tanto a vaga exclusiva para o idoso (tenho só 60 anos), quanto à do portador de necessidade especial estavam ocupadas.
Fui procurar estacionamento e deixei o carro distante.
Retornei para a agência, qual foi meu espanto, ao ver que um jovem se dirigia para abrir um automóvel que estava estacionado justamente na vaga exclusiva para idoso, olhei para o mesmo com ar de reprovação.
Pasmem! No vidro dianteiro daquele carro havia uma logomarca que indicava ser ele um Promotor de Justiça.
Não reclamei, pois, tive vergonha de mim mesma. Tenho a cidadania á flor da pele.
Um desrespeito, Um temível engano.
Indago agora, Colega não estaria você vivendo no Paraíso sem perceber? Não estariam as frutas maduras e suculentas prontas para serem colhidas, enquanto você continua a cavar o solo em busca de frutos amargos?
Não estaria você andando por ruas abarrotadas de diamantes sem sequer notá-los, quanto menos pegá-los? Não estaria você ignorando diariamente oportunidades de ouro, nos poucos momentos que passa fora da confortável prisão que você construiu para sua vida?
Que exemplo você pode dar a um filho? Como pode exigir numa comarca que cidadão menos letrado cumpra a lei?
Preste atenção senhor Promotor, pois, às vezes construímos muros de cegueira ao nos embriagados com o poder que não pertence a nós, mas ao nome de uma Instituição, que num descuido nosso fica na lama.
Maria de Lourdes Leite/Promotora de Justiça aposentada.
