sábado, 28 de novembro de 2009

A saudade

A SAUDADE


Hoje acordei muito cedo, além do comum de todos os dias, não conseguia ficar na cama. Na lacuna preenchida pela insônia, senti uma vontade imensa de orar, fiquei quieta e num lampejo do tempo desabou sobre mim uma saudade que inundou a minha alma.

A saudade é a mais dolorida ferida do coração. E no turbilhão de saudades daquela madrugada veio também às lembranças, de pessoas que já não estão comigo aqui na terra e das que estavam ausentes.

Pensei ah! Como eu queria que essas pessoas estivessem aqui comigo, era um desejo do coração partido.

Saudades de meu pai, minhas tias e tios, meus amigos e amigas que viveram comigo retalhos de felicidades, mas partiram em asas ligeiras e sem se despedirem.
No turbilhão de lembranças, misturadas com as saudades vieram às lágrimas teimosas, que inundavam minha face, veio na mente o semblante de minha filha Illeane que está em Rio Verde, Estado de Goiás, de Dorita, Renato Yuri e Renatinha, que estão em Jaurú no MT, dos meus amigos de Itaporanga, do Félix que morra no sul (este um capítulo especial, amor de minha juventude que nunca consegui esquecer).
Chorei por fora e mais por dentro, meu âmago ficou apertado, levantei-me abri toda a casa e um raio de sol entrou pela fresta da porta, ali me senti aliviada, estava viva e minha alma foi iluminada pelo sol que transformava em alegria os tormentos do mar da saudade.

Logo veio a chuva fina que me chamou pra uma realidade da vida cotidiana, e a comparei com a natureza; esta ora está sorrindo com o sol a brilhar ora está chorando com nuvens escuras e chuvas a desabar.

Então busquei viver a realidade, viver a qualquer custo e seguir em frente, voltar a estudar, a trabalhar, cuidar das minhas idéias e realizar os meus sonhos, mesmo os mais antigos.
Para completar e quando tudo parecia ter terminado, entrei no meu quarto e vi entrando pela janela um galho de burganvilha, com folhas verdes e flores amarelas, elas sorriam para mim, queriam me dizer és feliz com tuas saudades e lembranças, pobre o homem que não tem histórias alegres ou tristes.

Ajoelhei-me e agradeci a Deus, por estar viva, por estar ali meu outro filho com saúde e com sonhos.
Segui orando para a cozinha e lá agradeci a Deus, pelo café, pelo pão, pelo queijo, pelas frutas e até pela geléia deit que posso comer e que tantos outros diabéticos não podem é comprá-los.

Naquele dia eu vivi intensamente, pois, tive o privilégio de ter saudades e lembranças dos meus amores que partiram, dos que ficaram ausentes ou presentes, na juventude ou na maturidade, o importante é que estava viva pra contar o que naquele dia passei.
Lembrei-me da lição de Oscar Waide “Viver é coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas apenas existe. ••••••”•.



Maria de Lourdes Leite.

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