domingo, 27 de março de 2011

O BAIRRO DO BESSA PEDE SOCORRO

Autora: Maria de Lourdes leite

Moramos no bairro do Bessa há mais de 20 anos. A morada no início foi difícil já que era um local distante, isolado, sem transportes, infra-estrutura básica de calçamento, esgoto, galerias pluviais, praças, escolas, delegacias e outros equipamentos públicos e privados.

Com todas as mazelas típicas das cidades brasileiras, morávamos em um lugar bucólico, ruburnano, cheio de granjas, vacas comendo capim nas ruas, o local era bem arborizado, com uma cobertura de grandes, médias e pequeninhas árvores, com os canais cheios de vida, com águas límpidas e uma infinidade de insetos.

O bairro cresceu sobre a égide do capitalismo selvagem.

Continuamos sem segurança pública (delegacia ou policiamento comunitário), infra-estrutura em inúmeras de vias, poluição visual, sonora, abastecimento de água problemática no verão, iluminação pública deficiente, meio ambiente empobrecido, ausência de áreas de lazer, praças, áreas verdes, trânsito congestionado e sem direito de ir e vir (calçadas com gelos baianos, canos de ferro, correntes e objetos que impedem a passagem dos pedestres, dos portadores de necessidades.

Quem passa no bairro do Bessa ver uma ocupação desenfreada e percebe a devastação de áreas e do meio ambiente.

Conclamo o Ministério Público Estadual para entrar em ação, via curadorias de urbanismo, habitação e uso do solo.

Pois, precisamos que haja por parte do poder constituído um novo norteamento do uso do solo nas áreas públicas e privadas remanescentes, já que temos nos locais povoados atividades de risco (postos de gasolina, aeroporto, etc) e noturnas (bares, restaurantes de música ao vivo).

De outras bandas, encontramos parte do solo urbano com construções onde jamais poderia haver edificações (nas margens do canal).

Diante de uma urbanização sem critérios denota-se a necessidade da recomposição e reflorestamento das áreas, para que renasça a mata originária evitando assim, o surgimento de ilhas infernais de calor e desaparecimento de animais como está acontecendo.

O Bairro do Bessa vive o infeliz momento da descoberta do ouro imobiliário e desse urbanismo exacerbado, do uso do solo sem limites pelo poder dominante, e a ausência quase que total e deficiente de fiscalização do poder público municipal, resta-nos prejuízos ao direto à qualidade de vida da população e das futuras gerações.

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